PRENÚNCIOS
Múmias da baixa sepultura, sementes
Dum átrio donde corvos fazem morada
E reinam na tétrica superfície dum nada
Em que almas gangrenadas são duendes.
Fantasmas alucinógenos vivem drogados
Pela temperatura dos sepulcros imbecis,
Espectros semióticos de aveludados colibris
Sorvem néctares cadavéricos e orvalhados.
Entes duma dimensão dantesca dizimados
Pelo folclore das catacumbas mumificadas
Dum lastro de tempo de horas perfumadas
Em que incenso e mirra os tornam tarados.
Assombrações de uma tensa fantasmagoria
Açodadas por indícios de ameaças de utopia!
DE Ivan de Oliveira Melo