Dor de alma

Ausência é pouca, camarada!

Por que a mim traria dor,

O que mais vejo na estrada?

Por que com olhos de terror,

Enfrentaria essa jornada?

Se com os mesmos olhos o amor,

Cavalga a mim, na alvorada?

Por que perder-me do favor,

De mais um dia em caminhada?

Culpando o tempo sofredor,

Nas demasias desgastadas?

Por mais que eu sofra em temor

O Temor de mim, não leva nada!

Senão o próprio precursor,

O medo, o sofrer; a dor passada...

Álvaro De Azevedo