NO BOSQUE DOS EUCALIPTOS

Um aroma de flor pairando, cravo.

Cravos como flores, condimentos, canções.

Cravo temperado , tempero de Bach.

Cravo crava crivos nos escravos,

Sem que ao menos haja sanções:

Ouço Lamarck, a Libertad ...

Hoje serei confeccionado em seda e cetim.

Minhas tessituras com transparência de renda:

Renda-se ao som suave dessa lenda,

Que viver será talvez a vez sem fim.

Andorinhas espraiam pelos ares,

Mas as gaivotas arejam os mares.

Quero estar onisciente quase sempre,

Quando rolo ao chão não me inibo de expor o ventre.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 19/07/2018
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