OS SONHOS: O QUE DE FATO SÃO?
Sutis imagens a invadir minh’essência... viva e tenra
De mil amores a que nela breves aparecem
Nos instantes em que me perco ante a magia de seu encanto
Ó doces intervalos da dura vigília... (sempre tão longa!)
A que me abandono nos gozos de seus momentos
Como a quem agora morre no regaço de uma branda morte
E nela, pois adormece... e s’entrega... sem medo
Os sonhos!
Seriam eles ocultos desejos n’alma... a fugir do tempo?
Deste tirano prazo que nos falta tanto com o afago
E que, em verdade, nos oprime com mil açoites?
Ah, os sonhos!
D’olhos abertos... ou não... sempre eles:
Os sonhos!
Nas fantasias a dar-nos, pois o alívio de nossas tantas labutas
A que, no tempo em que deles se inebria tudo se faz descanso
E regalo
E neles, a alma não presa mais se encontra
E voa, sem receio... no soprar de su’essência
Ao mais alto dos céus
Até chegar neste místico, todavia, real paraíso:
Na paz que habita... nela mesma
Longe de tudo...
A estar nela
E somente nela
INSPIRADO NO LINDO SONETO “SONHANDO COM VOCÊ”, da talentosa Adria Comparini