infância
Sobre a mesa um tempo
Lacrado, escrito com uma
Linguagem esquecida, um
Tempo perdido na imensidão
Da carne, a palavra pousa vazia
No seu colo, vaga por entre seus
Veios de luzes e devora a si mesma
Sem trazer a resposta. E me torno
Pulso de fome e petróleo na esperança
De um porto seguro, no entanto, a noite impõe
Sua forma, sua gramatura de medo e penumbra,
e na sua volúpia espalha os mortos pela praia,
Ouço do alto o latido que desafina,
A infância quebrada emerge aos olhos da vida