Desvairo
Queria viajar sem rumo, com hora para ir e sem hora para voltar.
Sair à mercê, como folha seca que o vento leva para onde quer.
E que o itinerário seja sempre o inusitado. E que a passagem de volta seja a saudade quando apertar no peito, inundar a alma e descer as lágrimas.
Queria sair assim, sem despedida, sem prantos, sem nada me prender, nada me preocupar.
Queria conhecer novos lugares, respirar novos ares e ver o que está além do horizonte, além do alcance dos meus olhos.
Queria sair vazio, livre de tudo que se possa condenar, e ir semeando para voltar num caminho repleto de verde, seduzido pela beleza e o aroma das flores, trazendo uma enriquecida bagagem de histórias escritas páginas por páginas em minha alma.
Queria conhecer o desconhecido e voltar entusiasmado, contando cada desvairo, cada aventura e desventura nas minhas ousadas andanças...
Mas acima de tudo, queria voltar feliz, sabendo que por acidente ou talvez sorte, encontrei na senda do destino, o sentido da minha vida.
Joilson Nascimento Junior