Entrelinhas
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(Por Aglaure Martins)
...porque tudo volta ao pó.
Nesse meio tempo
(espaços cerram-se e descerram--se)
sorrisos minguam
e a lua nua sorri.
O motivo in(existe)
talvez venha do êxito
de nada saber dessa procura
onde as linhas não se cruzam.
Abrem-se os sinais
(em alerta) o tique taque
das horas mornas
das horas mortas
das vivas horas.
O aceno no ar...
Livre de tantas críticas
prossegue de asas abertas
e dedos calejados
da palavra podre
de lábios ambíguos.
Há ruídos nos silêncios
e há silêncios que bradam.
Há ainda o instante
sim, aquele instante
que os olhos enxergam.
Tudo volta ao pó.
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JPACM15062018