CADA PEQUENO ATO
Depois da queda o homem se levanta
e desajeitado anda
buscando de novo seu prumo
mira os pontos cardeais
escolhe um
e segue sem olhar pra trás...
Depois de recuperado
o homem compreende o valor do tombo
dá valor ao que é mais sagrado
as marcas que ficam no lombo...
Já ereto e de novo em caminho certo
escolhe as palavras da sua próxima fala
sabe que ninguém sobrevive só num deserto
e se nada tem a dizer simplesmente se cala...
Posto em posto avançado da condição humana
releva erros e aborrecimentos no dia-a-dia
supera desvarios e busca encontrar o prana
que parece adormecido dentro da poesia...
Já salvo e pronto a devolver o recebido
verga como junco e não se quebra como prato
vislumbra o que o futuro será na sua bola de vidro
e vive esplendidamente cada pequeno ato...