Dias em mim

Há em mim

Uma dose desmedida

De um vasto vazio

Soprando com força

Entre os vãos dos meus rios

Há em mim

Obstáculos no sentir

Muros de concretos

Esbarram em meu eco

E não posso ouvir

Há em mim

Inconsistência

Um porque e um talvez

Os gritos da alma

Caindo no vácuo

Da minha insensatez

Há em mim

Vontades

Saudades

Rebeldias

Nostalgias

Há em mim

Faíscas

Adormecidas

Estremecidas

No árido terreno

Desprotegidas

Ha em mim

Caminhos nunca andados

Dias de incertezas

Começos sem fins

E fins sem começos

Há dúvidas e dilemas

Nas gotas geladas

Que caem dentro e fora de mim

Onde o não sonhar

Perde a essência do ficar

Há em mim

Uma versão que não li

Em outros olhares

Em outros idiomas

Que não conheci

Há o medo de sentir

De sofrer e de não ser

Há a falta de mim

Do tempo que não vivi

Dos dias que não sorri

Há em mim

Desencontros

Paredes e janelas

Labirintos

Onde me escondo

Pra fugir de mim

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 01/07/2018
Reeditado em 01/07/2018
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