VESTES
São santas as curvas na estrada da vida
que ensinam o homem a não derrapar,
são tantas as bocas no campo, na lida,
que ensinam o homem a dar, semear...
São tantos os abismos no meio do caminho
que os homens aprendem a soltar suas asas
pra voarem sobre as amuradas de espinhos
e depois retornarem, felizes, às suas casas...
São tantos os livros com palavras tortas
que a cabeça soletra o que é melhor para si,
a ler aprende o que está escrito em cada porta,
dos labirintos anoréxicos sem luz aprende a fugir...
São escuras as vielas que o homem procura
para se perder das centelhas da fé e da alegria,
esquece a felicidade que há na cura da loucura
ao tomar nos braços o corpo da invisível poesia...
São sagrados os neutrinos que varam o tempo passado
e chegam até nós com os dinossauros e extraterrestres,
que é para fazer demoradamente o homem ser lembrado
que seu corpo, do espírito unificado, é somente uma veste...