ATÉ DAQUI A POUCO

No pomar do espaço apanho planetas

colho-os ainda brilhantes

vou plantá-los no Jardim das Obscenidades Rurais

rego Saturno

escolho comer Plutão

a vida é feita de escolhas derivadas do nada

acentuo a palavra mágica

não tenho cebolas para a salada

a música está tão alta

os pensamentos não obedecem a uma variável

sumo por uns tempos

ácido é ácido

tomo conta da vizinhança

quanto mais frio mais busco o calor

poetas são estetas da secreta súmula dos ocultos

o centro de todas as coisas é chamado de eixo

A mãe mais amorosa é a Lua

descanso à tarde - a noite foi feita para a vida

quero mais e mais encontro onde nada acontece

pus chapéu e luvas e saí levando minha tartaruga para um passeio

onde os homens dormem os deuses espiam

como uma rosa por dia

sapatos são para se por nos pés

até amanhã

não sei que dia é hoje

até daqui a pouco...