INACABADA POESIA
Olha a vida que levo,
às vezes sou martelo,
às vezes prego
pregado na parede,
às vezes salgado mar,
às vezes morro de sede,
caminho ereto feito estátua,
durmo ao relento, na rede...
Às vezes o amor me procura,
parece que saí quando ele chega,
nunca estou aqui, resta a tristeza...
Desfaço a mala, me desmonto,
a noite parece um imenso dia,
nunca estou pronto,
inacabada poesia...
Ser é mais do que pensar ter
as rédeas do destino nas mãos,
é ao sonho sensorial recorrer
em busca da alma do coração...