Pássaros feridos, por todos os lugares.

O vento devastador passou

Nada ficou em pé.

Casa, móveis, árvores frondosas

Mas, o homem, feito um pássaro ferido, continuava de pé.

Um disparo

O assassino corre rua abaixo, assustado.

Nunca errara um tiro de tão perto.

Mas, o homem, feito um pássaro ferido, continuava de pé.

Um bisturi

O médico encosta-se na parede da sala de cirurgia.

A última veia do fígado fora cortada.

Mãos à cabeça, lágrimas nos olhos.

Esperava pela morte do paciente.

Mas o homem, feito um pássaro ferido, continuava a respirar.

Um grito

O preso ajoelha-se sobre a latrina.

Deus, meu Deus!

Lavo tanto as minhas mãos e só vejo sangue nas minhas noites!

O homem continuava a orar para o perdão receber.

Um dia, um pássaro ferido bate na janela do cárcere

Sem saber porque o homem passa a louvar à Deus pela libertação

da sua alma.

Um suspiro profundo

O facão cortou o galho da árvore, resvalou na caçamba

E desceu célere para o joelho do jardineiro.

Atônito ele observa que ficou a fina marca da lâmina do facão

Ninguém segura a força de um homem num ato desses

Senão um anjo do Senhor.

Ele observa no alto da árvore, um pássaro ferido á cantar.

Um país decadente,

Pais desempregados, filhos desempregados

A dignidade em perigo, a moral dando sinal de fraqueza

Poderosos liberando poderosos

Pobres enterrando pobres.

Pássaros feridos, por todos os lugares.

Mas a fé permanece intocável às oferendas e imundícias desse mundo.

Um Deus que criou a tudo

Não perderá um filho seu sequer.

O homem precisa revelar ao mundo

Os milagres que acontecem com ele

Muito além das bençãos

Que ele pede perante o altar de Deus.

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Um suspiro profundo...aconteceu comigo.

Deus é pai dos milagres!

Glória a Deus!

Aleluia!

Robertson
Enviado por Robertson em 08/06/2018
Reeditado em 08/06/2018
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