Selva do Desespero
O dia de sol radioso contrasta com o cérebro, pesado,
O cansaço, qual aqui-inimigo, transmite a mensagem de que ainda sobram mais duas horas de jornada exaustiva,
Desgaste físico, emocional. Haverá fim à vista?
Eis que a partir da selva de betão, avisto terra,
Uma eterna esperança embrenhado em criatividade, pura criatividade.
O momento é tenebroso, de alta tempestade, mas o sol teima em não desaparecer.
De entre a catastrófica intempérie consigo discernir pequenos focos de luz e vida.
Mas de onde vêm?
As impressões digitais vão largando letras que, como notas numa pauta musical vão compondo temas de poesia intermináveis,
Qual droga aditiva, os polegares não deixam a cocaína digital.
Eis que dentro da neblina, irrompem árvores de mais de dez metros de altura.
A luz mal consegue penetrar, tal é a densidade de todo este verde avassalador,
Num instante apenas, a escuridão vira luz, e a luz, essa, vira num ultrapassar temporário da depressão.