Purificação

Sentada no beiral da janela

capturo nuvens

e observo borboletas...

Minhas emoções, travessas,

escapolem pelo decote do vestido

e se alojam nas primaveras que galgam a treliça.

Por ela desço, pés descalços,

para beber água de chuva,

caindo serena, encharcando alma e roupa.

Danço na chuva, livre,

feito sacerdotisa de asas translúcidas...

Meu ritual de purificação...

Pelas pernas molhadas,

percorrendo todo o corpo,

escorrem segredos

e se escondem no seio da terra

que, fértil e generosa

os devolve no vento,

em palavras que deposito com cuidado nas folhas de papel

da minha mais intimista poesia...

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 04/06/2018
Código do texto: T6355347
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