O MEU RIMANCEIRO * A estrada

Quando se nasce, inventa-se uma estrada.

É uma estrada aberta, passo a passo,

mesclada de ansiedade e de cansaço,

que dura enquanto dura a caminhada.

Das flores e gorjeios infantis

à moça idade idílica de enleios

que frustrações, que angústias, que receios

o sol maculam dum devir feliz?

Mais tarde, o céu se nubla e o vento agreste

ensaia a sua dança de procelas.

As portas rangem, rangem as janelas,

de fumo negro a chaminé se veste.

Dezembro traz no manto saturnal

as prendas e as oníricas miragens.

O mito novo traz, noutras roupagens,

a derradeira prenda… a de natal…

José-Augusto de Carvalho

Alentejo, 12 de Maio de 2018.

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 13/05/2018
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