A VIVER ESTA VIDA MINHA
Sentado na cadeira na varanda
vejo a vida que passa, a vida que anda
a cavalo, motocicleta, depressa ou lenta,
tiro um cochilo, tarde morna e modorrenta...
O cão late por ofício,
rasteja no chão o ofídio,
as nuvens conversam entre si
sobre como a chuva macia fazer cair...
O tempo, este abastado senhor que acumula,
anuncia pelo sino da catedral mais uma hora que se vai,
saio para uma caminhada e vejo a rã que pula,
o dia que se finda, entardece, o sol se pôs, a noite cai...
Em casa faço café e como biscoitos de polvilho,
lembro da mulher que foi para o céu, sozinha,
o vento redobra os movimentos sobre o milho,
cá, feliz, às vezes não, sigo a viver esta vida minha...