POEMA SEM FIM
Seríamos as máquinas perfeitas
se não existissem
o chulé
a depressão
a cárie
a música mal feita
o tombo
o jacaré com a perna na boca
a estopa cheia de gasolina
o macaco manco
esse silêncio antes da explosão
o fim da peça
o ato final
a rusga
a ruga
a tartaruga albina
o palácio em chamas
a bala que atravessa paredes
o cabelo da cabeleireira
o tango sem ginga
o papo de boteco
as virtudes
a mesa de sinuca
a mão na mão
o totem
o mito
o alarme
o alarde
este poema sem fim...