Mãos pesadas
Suas mãos tão pesadas,
O elogio quando vem é seguido de crítica,
A sinceridade que as exalta como marca fere,
Quando tenta nada dizer só o olhar já condena.
Suas mãos tão pesadas,
Ao mesmo tempo afagam e esmagam,
Quando oferecidas não dispensam a bofetada,
Escondem na fragilidade rancores,
Deixam escapar entre os dedos mágoas.
Suas mãos tão pesadas,
É como as vejo a cada mirada,
É como as sinto a cada pancada,
Talvez o meu sentir é a parte frágil.
Suas mãos tão pesadas,
Posso ver como são calejadas,
Não sei como foram assim moldadas,
Só sei que guardam tamanha personalidade,
Mas sei que nas palmas escondem sensibilidade.