Sacrilégio
Forjei-me no fogo das provações
Que me esfolaram a pele e a alma infantis
e me doeram por anos...
Em que me abriguei nas muralhas do silêncio
amortecedor de agonias cortantes e finas,
que feriram fundo e fortemente...
Cicatrizes?
As carrego todas como troféus de batalhas
contra anjos caídos que titubearam frente à minha luz...
Doeu...
Doeu cada violência velada ou explícita que me rasgou a carne intocada e ingênua e me fez ser quem sou.
Forte.
Não sem antes reinventar a mulher do pó das chagas que se abriram pós-apocalipses.
Nada mudou.
Tudo mudou.
Fênix.
Reinventada das cinzas.
Por sob a pele, ferro e aço.
Por sobre a pele, doçura e delicadeza...