OUTRO LUGAR
Ouço vindo por detrás da montanha,
como um versejar doce ou uma risada estranha,
o começo do fim ou o fim do começo,
depende de por onde se começa
a rezar o terço...
A luz, ainda com prepúcio,
se esconde atrás do arbusto,
quer fazer o anúncio
para dirimir o susto,
ao homem se dirige com uma lanterna
à procura de outro homem à beira da cisterna,
dar-se-á o aviso ao navegantes
através de um bilhão de alto-falantes,
o mundo, meu nego, chegou ao seu final,
a esfera celeste com vida campestre, eteceteraetal,
cumpriu seu mandamento corpóreo,
astros e estrelas virão ao seu velório,
anjos tocarão trombetas,
outros, com lunetas,
procurarão outro lugar a esta devastadora humanidade,
mesmo que saibam que devastarão com ferocidade
esta outra pátria de viajantes interestelares...