O FINGIDOR
O poeta é um fingidor;
Finge deveras a própria dor
O poeta imortal Fernando Pessoa
Em seus versos assim dizia.
Mas o poeta também é um ator...
Em seus versos a imaginação
Cria inúmeros personagens
Cada qual vai seguindo sua sina
Na rima versejada...
Ora cheio dos amores na vida
Romantismo e lirismo imperam...
Finge sem estar apaixonado
Louco de paixão sofre calado.
Em seus versos finge indiferença,
Coração aberto para alegria
Magoado esconde a nostalgia.
Sofre a decepção no amor
Mas em seus versos fala de paixão.
Sente a saudade do amor ausente
Na sua rima em versos ela está presente.
Pobre poeta que oculta à própria dor,
Nos seus versos fingindo alegria...
E o poeta encerra sua obra
Num palco fictício que atua como ator,
Esse é o poeta eterno fingidor...
Que sofre, ama, odeia e chora,
E no palco da vida vai encerrando...
A peça teatral que nele próprio se inspirou.
There Válio – 21-04-18