SOMOS FEITOS DE BARRO... E DE TEMPO
Mil pessoas misturam em minh’alma
Filarmônica de vozes... risos... choros... gritos... louvores
Entre melodias e dissonâncias a se alternarem
Pelo rouxinol a que nela habita e canta
Mas também pelo gemer de minhas dores
Aquarela mista... paradoxal:
A enxada a lavrar a terra... violência precisa
A semente a que nela se lança... esperança viva
A doce chuva a irrigá-la... gratuidade que se faz
E assim vinga a vida... inexoravelmente... em todos
Todavia, para tal... inadmissível desistir
Sagrados momentos
Efêmeros no tempo
Eternos na memória
Eis nosso mundo
D'argila que se esculpe
Eis nossa história
Das páginas a que nela se escreve
E assim somos feitos
De barro...
E de tempo