SOZINHO NA MULTIDÃO

Sozinho na multidão,

olhando cada rosto que passa,

digo nomes, Pedro, Patricia, João,

cada olhar tem sua graça,

cada corpo a pulsação

do sentido da vida,

como flores no jardim do universo,

elas são a arte querida

praticada pelo mágico acaso,

o pomo de Adão e a Eva ferida,

o fundo do sonho é sempre raso...

Junto a tantos,

e a tantos desconhecido,

espalho meu encanto,

espelho de vidro

retirado da minha alma,

assovio a canção, digo

que estar por aqui

é o presente mais raro,

a multifacetação,

ser um ser divino

vindo do macaco-barro...