Sem direito

Morreu sem direito a luto

Sem direito a velas

Sem direito a preces

Tudo isto porque morreu

Se vivo estivesse

No luto lutaria

Muitas velas acenderia

E uma prece rezaria

Mas morto está

Na memória de todos

Nas curvas da historia

No voo solitário da gaivota

Não luta mais

Não reza mais

Não voa mais

Mas pode ressuscitar

Dentro de uma garrafa cheia

De aguardente quente

De pensamento fumegante

De futuro insipiente

Marcos Rossi
Enviado por Marcos Rossi em 11/04/2018
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