JÁ FUI

Agora são meia noite e vinte e cinco

Eu aqui neste barraco de zinco

Na solidão que me toma conta

Na virada de terça pra quarta-feira

Já dormi e já acordei nesta esteira

Fim da linha é o que a realidade aponta

Este barraco é a cabine de um barco

E este momento é a passagem de um marco

Da história de uma grande vida

De um pescador que veio de outro mundo

Ou de um lobo que saiu de um lugar profundo

Que veio aqui em busca de comida

Não é por nada que me chamam de lobo

No circo já fiz papel de bobo

Já fui o palhaço de outros tempos

E já fui o rei no reino de outra nação

Hoje sou folhas secas espalhadas pelo chão

Trazidas de tantas eras passadas pelos ventos!

Escrito as 00:39 hr., de 21/03/2018 por

NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 21/03/2018
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