JÁ FUI
Agora são meia noite e vinte e cinco
Eu aqui neste barraco de zinco
Na solidão que me toma conta
Na virada de terça pra quarta-feira
Já dormi e já acordei nesta esteira
Fim da linha é o que a realidade aponta
Este barraco é a cabine de um barco
E este momento é a passagem de um marco
Da história de uma grande vida
De um pescador que veio de outro mundo
Ou de um lobo que saiu de um lugar profundo
Que veio aqui em busca de comida
Não é por nada que me chamam de lobo
No circo já fiz papel de bobo
Já fui o palhaço de outros tempos
E já fui o rei no reino de outra nação
Hoje sou folhas secas espalhadas pelo chão
Trazidas de tantas eras passadas pelos ventos!
Escrito as 00:39 hr., de 21/03/2018 por