Palavras, Punhos e Flores

A vida é a maior das guerras

todo dia um novo campo de batalha

todo dia mais um corpo sobre a terra

todo dia alguém erguendo a toalha

A todo instante estou batalhando

seja com meus temores

seja com aqueles que acham que estão me derrubando

mas revido com minhas armas: palavras, punhos e flores

Se lágrimas caírem

não será fraqueza, será cansaço

se sonhos não se realizarem

não será desistência, será recomeço

Em meu peito abrigo a esperança

a última fagulha que se acende no desespero

e a chama que brilha no olhar de uma criança

E se alguém ousar cuspir desistência

se me disser palavras que desmereçam

não peço clemência

não deixo que numa maré de pessimismo me prendam

pois em minha alma carrego a fagulha da persistência

Nem todas as batalhas podem ser vencidas

não acredito que a derrota é o fim

sempre haverão outras batalhas para serem superadas

e algumas deixarão um rastro carmesim

Enquanto pregarem que o mundo é dos vencedores

em meu peito acolherei os perdedores

enquanto os desmerecerem

os meus versos se curvarão para os enaltecerem

não se trata de cultivar fracasso

muito menos de o incentivar

se trata de recomeço

para os que começaram a desacreditar

Em meio a lágrimas e gritos

em meio a mente e o coração

nessa carne que habito

rezo por almas que jamais me ouvirão

Para as almas feridas, deixo minhas palavras

para os que tentam humilha-las, liberto meus punhos

para as que clamam por paz, ofereço minhas flores

para as que já partiram, choro de luto

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 16/03/2018
Reeditado em 03/06/2020
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