Vida de Peão
Largou a cidade grande,
Para morar no interior.
Deixou tudo o que tinha,
Companheira, só a dor.
Foi trabalhar na roça,
Na fazenda de um senhor.
Coronel de 5 estrelas,
Com fama de matador.
De manhã era ordenha,
Para de leite a família abastecer,
E de tarde a colheita,
Para o sustento, e todos terem o que comer.
Vida dura compensada,
Pela mais linda visão,
Pois a filha do coronel,
Era a mais linda de toda aquela região.
Foi cruzar os seus olhares,
Fez pulsar o coração,
Como cavalo de rodeio,
Sem sentido e direção.
Quem diria, a mocinha,
Se apaixonou pelo peão,
E se entregou por inteira,
Em meio a plantação.
Amor que gerou um fruto,
Deram o nome de João,
Que nasceu órfão de pai,
Morto com um tiro no coração.
Ao saber que sua filha,
Entregou seu coração,
Coronel que é vingativo,
Quis dar cabo a vida do peão.
Desarmado e humilhado,
Coronel deposto ao chão,
Sua vida foi poupada,
Mas sua honra não.
Um dia pegou o cavalo,
Foi em meio a plantação,
Nunca mais foi encontrado,
Sumiu como assombração.
Quem diria,
O peão hoje é dona da fazenda,
Fugiu da cidade grande,
Venceu em uma pequena.
Tem família e conquistou,
O amor de uma morena,
O que no início foi dor,
Virou tema de um poema.