Através d'alma

E no final somos apenas átomos

pequenas partículas de sonhos

que o tempo varreu

para além de outras galáxias

Somos mundos invisíveis,

temos o sabor e a mesma solidão

de uma ilha chamada Tailândia

inundada de ódio e outros Tsunamis

Temos momentos de introspecção

quando o rosto encontra sutilmente

a palma de uma das mão

e isso nos ressuscita a alma

Somos um pedaço de nuvem

que insiste em brincar de Deus

voando pelos quatro pontos cardeais

mas não é visto por (quase) ninguém

De longe, somos um oásis resplandecente

afogados em muitas preocupações

e infintas crenças, logo, um copo d'água

torna-se inimigo ou arma letal

E no final fizemos tão pouco

com nossos dias de alegria

falamos tão pouco das nossas conquistas

e o silêncio parece aliviar os que aqui ficam

Aquele abraço que esquecemos

ou não permitimos

torna-se saudade

que aperta o peito feito laço

E no final somos gotas de lágrimas

a despencar e cortar o céu

de bocas secas, escorregando ligeiro

pela garganta, esôfago e repousando no coração

Em nossos quintais

há um enorme vazio,

escuro e saliente

que insiste em saltar o peito

Há dias em que o conformismo

nos aquece o corpo

e pensamos que a vida

passou ligeiro por nós

No entanto,

estamos próximos demais

de outros corpos celestiais

por isso não sentimos os olhos fechar.

Dario Vasconcelos
Enviado por Dario Vasconcelos em 14/02/2018
Código do texto: T6253985
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