Através d'alma
E no final somos apenas átomos
pequenas partículas de sonhos
que o tempo varreu
para além de outras galáxias
Somos mundos invisíveis,
temos o sabor e a mesma solidão
de uma ilha chamada Tailândia
inundada de ódio e outros Tsunamis
Temos momentos de introspecção
quando o rosto encontra sutilmente
a palma de uma das mão
e isso nos ressuscita a alma
Somos um pedaço de nuvem
que insiste em brincar de Deus
voando pelos quatro pontos cardeais
mas não é visto por (quase) ninguém
De longe, somos um oásis resplandecente
afogados em muitas preocupações
e infintas crenças, logo, um copo d'água
torna-se inimigo ou arma letal
E no final fizemos tão pouco
com nossos dias de alegria
falamos tão pouco das nossas conquistas
e o silêncio parece aliviar os que aqui ficam
Aquele abraço que esquecemos
ou não permitimos
torna-se saudade
que aperta o peito feito laço
E no final somos gotas de lágrimas
a despencar e cortar o céu
de bocas secas, escorregando ligeiro
pela garganta, esôfago e repousando no coração
Em nossos quintais
há um enorme vazio,
escuro e saliente
que insiste em saltar o peito
Há dias em que o conformismo
nos aquece o corpo
e pensamos que a vida
passou ligeiro por nós
No entanto,
estamos próximos demais
de outros corpos celestiais
por isso não sentimos os olhos fechar.