ASSIM ESPERO...
Se alguém morre,
mandamos flores e singelas condolências,
se vivos, ninguém nos socorre,
nem políticos, poetas, nem a ciência...
As contas chegam aos montes,
derivadas desta sobrevivência simplória,
ligo por um empréstimo, "nem me conte",
ouço lamúrias, é sempre a mesma história...
Mais que um número, o homem é um cartão
de despesas recheado de tributos comerciais,
desse jeito nunca chegará a sair do chão,
no máximo, um pardal nos fios elétricos atuais...
Se ligar, a cobrar, para falar com alguém,
o silêncio ensurdecedor gritará o mais alto que puder,
pensarão que um destemido morto estará ligando do além,
coisas inevitáveis num mundo que dizem "seja o que Deus quiser..."
Por isso, trate a sua vida com denodo e esmero,
simplifique tornando sua alma uma pequena empresa,
gaste o fluído do seu espírito de um modo justo, (assim espero),
para, quando morrer, ir para o céu dos nobres, com certeza...