NOITES SEM LUAR.
Quando das borbulhas geladas meus lábios provaram
Brindei à sorte de um tempo esperado.
Aos céus, pensamentos elevados.
À Terra, juramentos sacramentados.
Quando nas borbulhas aquecidas meus pés tocaram
Desfizeram-se em brancas espumas, razão e emoção.
Nos raios dourados de cada amanhecer
Tatuava-me em tons ardentes até o anoitecer.
Em noites escuras de estrelas cintilantes
Respirava a leve brisa das marés inconstantes.
E na completa escuridão, de um tempo confuso
Fundiam-se céu e mar, sal e lágrimas, riso e dor.
Enquanto num perfeito cenário de pequenos instantes
Escondia-se a Lua no horizonte distante.
Elenice Bastos.