Vida madrasta

Ah, gloriosa vida insólita

Que não se apresenta de maneira comum

Cheia de desgosto, com gosto que não gosto

Da forma como se apresenta a mim!

E vens assim, indiferente a tudo que desejo

Alheia às minhas vontades

Descontrolada e incontrolada

Se controlada, não é por mim!

Não sou teu dono, nunca fui, nunca serei!

Em alguns momentos com atitude ignóbil

Em outros, simplesmente imbecil, vil

Madrasta má, de má vontade! Te amo!

Mas que amor é esse!

Provavelmente estocolmática!

Sob o domínio daquele que domina

Com a ameaça do providencial fim

Enfim, não há como fugir

Só adiar o momento por um momento

Tentar fugir do infugível. Amor fugaz!

Doença que vem com o nascimento.

ADRIANO CANTANHÊDE
Enviado por ADRIANO CANTANHÊDE em 28/01/2018
Código do texto: T6238227
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