Entre o céu e o chão - Ilusões - XIII
A, Ana, por que
não trazes a mim
um pouco de sua
humilde sabedoria?,
e como fizestes
enquanto preparavas
tuas linguiças e versos
professa-me a ser mais
bondosa e a perdoar
as pedras e as cruzes.
Minha, Ana, minha
admirada Cora,
desvenda-me teu
olhar manso e tuas
poesias inatingíveis;
ensina-me a amar
o bolo não comido,
a riqueza não tida
e exaltar o milho
desvalorizado e a
mulher que da à luz,
cozinha e limpa.
A, Coralina,
entrega-me
teu bálsamo
para que meus
versos sejam como
os teus:
- um leve caminhar
em montes floridos