O Divino Artesão

De um pequeno torrão

Moldou um rosto bem rústico

Com as mãos o amassou

E seus contornos ele formou

Com cinzel delicado

Partiu para finos traçados

Cortou o barro duro

Lancetou como um sem coração

Viu a argila florescer

Tal qual a flor em botão

Em seu demorado labor

Cavou, raspou, perfurou

Marcou a face delicada

Surgiu uma imagem personificada

Gravou na terra grosseira

Sua marca sutil de artista

Recriou da matéria primordial

O que iluminou sua mente criativa

Eis então a obra mais singular

Que precisou da terra, da água,

Do fogo e do ar

Moldada a ideia no éter mental

Criou-se a si próprio

O divino em certa medida

Surgiu assim a sua identidade

Que do pó criou vida.

Cláudia Machado

11/1/18

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 11/01/2018
Reeditado em 11/01/2018
Código do texto: T6223164
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