Na asa do sonho
Deixai meus instintos quedos
adormecerem um instante eu digo:
Eu ando e vivo com meus medos
e eles hão de andar e viveres comigo.
Por essas ruas que vão o nosso destino,
me vens apenas uma certeza.
Ires achando pelo caminho
á dúvida, mágoa e á tristeza.
Que os dias novos não só nos teçam
o que os velhos querem que tecem.
E que amor e felicidade enfim floresçam
dentro daqueles que não florescem.
A vida se vais n'asa do sonho
a nós há de vires sempre risonha.
Pois que o fado de estares sempre tristonho
eu imagino serás do homem que nunca sonha.