Caminho

Andei trotando

O caminho que eu chamo de vida

Galopando as esperanças

E derramando as cascas de cada mudança que me pus a realizar.

Em meio a necessidade

Me fiz de vontade

Para atualizar o histórico da minha vida

Mau e pré concebido

E até então, por mim esquecido

Mas sempre lembrado

Por um calo colhido.

A cada trote um recorte me passava à mente que nem mais sente a dor

Do que desde já deixou de ser ferida

E de cicatriz vivida

Cicatrizou-se precavida

Para evitar o queloide

Que eu chamo de vida.

Quanto mais vívida, menos recolhida

Mais galgada à beira de cada esquina

Turva e vazia.

Semente espalhada à deriva

De um precipício e à esquiva de não florescer.

E por medo de morrer se esconde

Nos escombros da terra mal arada

E árida por falta da água

Que não mais jorra dos montes

Que sumiu dos rios

Que secou os mares.

Jane Kely
Enviado por Jane Kely em 27/12/2017
Código do texto: T6209317
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