Nós e as nozes
Após um ano de problemas ferozes
Estamos nós e as nozes novamente
Nesse tempo o mundo quase explode
Prossegue o consumo inconsequente
Pensamos no que ficou por executar
Tantos sonhos que serão postergados
Afinal, o fim do ano chegou e aí está
Encontrando-nos meio desanimados
Olhamos à frente, nunca para os lados
Como algum sonambulismo seletivo
Livrando nossas peles estamos a salvo
Em um falso alívio oculto e enrustido
Falta o amor entre o soldado e Clara
Qual o mágico ballet de Tchaikovsky
Faltam-nos atos e também palavras
Quando a alma ama mais do que pode
Entre nós e as nozes também há vozes
Ausentes, mas viventes na memória
Em lembranças de variadas matizes
Sussurando-nos melódicas histórias
Há lares sem fartura, de noites escuras
Há o nós, mas não as nozes desejadas
Com um mutirão de amor tal não perdura
Eles e nós somos pães da mesma fornada!
Somos companheiros de jornada
A vida sem união não vale nada!