Retrato da minha vida

Retrato da minha vida

Em minha INFÂNCIA... Travesti-me, de ATOR.

Lutei bravamente, contra a fome e, o frio.

Mesmo febril, e com a barriga, em dor.

Rodei ciranda, pião, pulei cordas e, amarelinha.

Joguei gude, futebol e bugalha.

Andei por muito, no fio, da navalha.

Em minha JUVENTUDE... Travesti-me de ATOR.

Com óbito de papai, novamente, a fome rondava...

... A barriga de fome e medo, também reclamava.

Bravio, com muita fé, firme, duro, já trabalhava.

Havia irmãos menores, na tenda que morava.

Não podia esmorecer, a cada dia, nova batalha.

Andei... Por muito ainda, no fio da navalha.

Hoje... Hoje, em minha MATURIDADE...

Trasvesto-me, ainda, de ATOR.

Numa Nação, sem noção, desigual.

Sei que falta ainda, comida, em muitas mesas.

Uns tem muito, outros pouco tem, outros... Nada tem.

Nesse Descabido Desgoverno, Desumano, Cruel e Letal...

Escuso-me, da tirania, da selvageria...

... Por entre, muros e muralhas.

Onde nesse, grande teatro.

Não tenho ídolos... Nada mais, idolatro.

Vivendo ainda, no fio, da navalha.

*Adilson Tinoco*

AdilsonTinoco
Enviado por AdilsonTinoco em 15/12/2017
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