DOR
Levantou com os olhos cansados
Estava quase do outro lado.
Recheou seu café de esperança
Precisava ter confiança.
Suspirou profundamente
O dia ia ser quente.
Pegou um casaco pesado
O frio era trespassado.
Saiu para a rua lamentando
E o dia só começando.
Entrou num ônibus lotado
Procurou um olhar engraçado.
Encontrou vozes perdidas
Sentiu desiludida.
Cantou bem suave
Sentiu uma dor grave.
Olhou para o chão em prantos
Havia perdido os encantos.
Secou uma lágrima insistente
Precisava ser conveniente.
Olhou pela janela
Sorriu para uma aquarela.
Desceu do ônibus em silêncio
O coração batendo suspenso.
Viu seu mundo sumir
Seu tempo a esvair.
Caiu num barulho seco
Chegara ao fim do beco.