Apenas um (distante) momento.
Não parece real, é só sentimento.
O sol que se esconde, o vento batendo.
E agora está distante.
Mais que do que jamais estivera.
O que há comigo?
Eu faço apenas uma vez.
Isso, aquilo. Algo novo, diferente. O mesmo, talvez.
Sempre me arrependo.
Na primeira hora depois, quando bate aquela sensação de fraqueza, orgulho batido, valor perdido.
Eu sei que é assim, sempre. Mas quando eu sinto é muito pior.
Já estou a costumado a SER, mas não a SENTIR.
Agora está distante. Anos luz de mim.
Até o pensamento é longe.
Se voltar, vou duvidar.
Não vai voltar, mas SE voltar... o que posso esperar?
Não será a mesma coisa, nunca é.
É só eu. Sempre foi só eu.
Aqui, ali, lá. Sei lá. É só eu.
Agora está distante.
Mas sempre foi, não é?
Apenas as sensações mudavam,
Conforme as situações passavam.
Mas a realidade sempre foi um bando de pássaros no céu voando no fim de cada estação. Só uma visão. Inalcançável, por vez.
Quem sabe? Quem entende? Não eu, não agora. Nem quero.
Qual o sentido? Para quê?
Não me entendem e nunca irão.
Não é culpa deles. Eu também não entendo.
Elas e eles, tanto faz. Se quiserem ir, que vão em paz.
Continua distante. Já nem sei o que quero.
Não sei por onde começar.
Se soubesse, ficaria confuso.
Me sentiria pior talvez.
Fui eu? Talvez nunca tenha sido.
Talvez o meu cérebro tenha me traído.
Talvez tenha sido menos do que eu sempre pensei que foi.
Momento errado que aconteceu. Ou momento certeiro demais.
Momento errado foi quando acabou. Da forma que acabou.
O tsunami chegou, e eu nada pudi fazer. Acabei ferido.
Nada me preparou, estava desprevenido.
Pensei que do jeito que estava ficaria,
Não sei se, afinal, pior ou melhor seria
Se nunca tivesse acontecido.