PERDIDO
Perdia-a!
O quê?
A chave da esperança...
Não sei onde a deixei,
Talvez nos pedregulhos da Lua...
Mas diante do ser finito que sou
É possível que o Sol a ilumine
Durante os dias quentes de verão.
Por enquanto, tudo é apenas ilusão!
Minha alma está enlutada
Perante esta hibernação atroz,
Meus olhos são minha paciência
E, nesta madrugada, minha vida, febril!
Estou inerte, o frio me congela...
Inverno devastador,
Gelo constrangedor
Da neve que me dilacera!
Perdi-a também!
O quê?
A chave da razão...
Enlouqueço acintosamente,
Minha transparência é minha mente,
Porém está camuflada diante da falsa
Idolatria que nutre os corações idiotas!
O dia dorme orvalhado
Pela noite que chora hipocrisia
E eu me rebelo cheio de valentia,
Porém o tempo me olha com desdém...
Perdi-me!
Onde?
Nos pântanos da saudade atrevida
E a solidão tenta mostrar-me a vida
Dos que sós adormecem e despertam
Perante as nuvens de um amanhecer
Ainda cinzentas e úmidas...
Não me acharão, pois...
Sou a esperança e a razão mistificadas!
DE Ivan de Oliveira Melo