Relógios de vez em quando
Param, em seguida, funcionam
Mas aqueles que se entregam à viagem
Não sabem quando interromper
E por quanto tempo
Também não o quanto devem acelerar
Para resgatar o tempo
E em um final sempre haverá um lugar vago
De forma que um segundo possa lá se ajustar
No compartimento de um dia inteiro.
No outro final porém
Formam-se ondas de multidões
E erguem-se aos telhados, às escadas,
ao algodão.
Os passageiros respondem conscientes
“Eu tenho quarenta e dois anos”
Sem saber que alguns números são minutos,
Ou milênios
Sem conhecer todos os nomes das estações
Onde se encontram
Para cruzarem com outras pessoas
Ou por nenhuma significativa razão
Ana Blandiana