DERRADEIROS INSTANTES

Quando eu sentir que a morte se aproxima,

Que em meu último desejo eu possa compor

Um poema que narre esse meretrício de dor

Para mostrar quão verdade é essa tênue sina.

Que a mim eu possa dizer: vivi tudo que pude,

Agora me resta cerrar os olhos à longa viagem

E talvez pensar que partir da vida é sacanagem,

Pior ainda é ser a vedete das flores e do ataúde.

Naturalmente serei levado à última das moradas

Onde porei do meu cinzel e me tornarei a ser pó,

Indubitavelmente nunca me postei neste orbe só,

Por isso exijo a companhia de todas as namoradas.

Quando eu perceber o que é o derradeiro suspiro,

Dar-me-ei o riso, saudade ficará; solidão vai comigo!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 08/12/2017
Código do texto: T6193181
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