Sou eu!
Corre,
serpente,
menino,
reis,
surpresa de fim de ano
às vésperas de tantos anos.
Nascemos sem eira nem beira!
Inocência exposta no mangue,
palafitas de esperança vespertina.
(Navega).
Então é natal...
Onde se jura amor ao próximo e inclinação
aos artesanatos defeituosos de beira mar.
Corre,
nativo,
algemas,
capitães do mato à procura
de presentes tantos.
Nascemos, putos da vida!
Indecência exposta em vitrines,
translação de quem viaja sem sair do lugar.
(Navega).
Então é natal...
Onde se diz au revoir
e se ri dos sotaques e medos.
Menino Jesus, tu bem o sabes:
No princípio era o verbo,
e o verbo era eu.
Sou eu!