SOMBRA

Toca a campainha

Abre a porta

Recebe o convite

É o que importa.

Corre para dentro

O convite é urgente

Encontra o dia que se consome

Permite um encontro que não se resume.

Espera a luz com força moral

Encontra o dia com a marca fatal.

Não sabe o que fala

Não vê o que pensa

Seu mundo e realidade

É o tempo ausente.

Se senta ao chão

Reclama do frio

Se encontra a rede

Esta por um fio

Não percebe o presente

Não quer se encontrar

Está no limite

Do seu caminhar.

Fecha os olhos

Sorri sem sucesso

Perdeu o seu dia

Foi retrocesso.

Quer gritar

A voz não sai

Seu silêncio cala

A alma que fala.

Se pudesse ouvir

Ou mesmo gritar

Ficaria para sempre

No seu limiar.

Com os olhos em transe

Cansa sua voz

Seu mundo tem a força

Do instante algoz.

Cala seu lamento

Porque se questiona

Tudo passa

E não funciona

Precisa de paz

Olhar no infinito

Encontra uma luz

E está contrito.

Fixa os olhos

Seu sono trespassa

Caiu para sempre

No fim da graça.

Pressiona os olhos

Vê um fundamento

Seu dia chegou

Não há mais lamento.

Percebe que assim

Que fechar sua alma

Seu dia termina

Na mais pura calma.

Sentiu o sossego

Daquele que dorme

Quem sabe assim

Sem sombra ou fogo

Sem rede ou chão

Caminha a procura

De uma solução.

Aqui...

Assim...

Chegou o fim....

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 03/12/2017
Código do texto: T6189083
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