SOMBRA
Toca a campainha
Abre a porta
Recebe o convite
É o que importa.
Corre para dentro
O convite é urgente
Encontra o dia que se consome
Permite um encontro que não se resume.
Espera a luz com força moral
Encontra o dia com a marca fatal.
Não sabe o que fala
Não vê o que pensa
Seu mundo e realidade
É o tempo ausente.
Se senta ao chão
Reclama do frio
Se encontra a rede
Esta por um fio
Não percebe o presente
Não quer se encontrar
Está no limite
Do seu caminhar.
Fecha os olhos
Sorri sem sucesso
Perdeu o seu dia
Foi retrocesso.
Quer gritar
A voz não sai
Seu silêncio cala
A alma que fala.
Se pudesse ouvir
Ou mesmo gritar
Ficaria para sempre
No seu limiar.
Com os olhos em transe
Cansa sua voz
Seu mundo tem a força
Do instante algoz.
Cala seu lamento
Porque se questiona
Tudo passa
E não funciona
Precisa de paz
Olhar no infinito
Encontra uma luz
E está contrito.
Fixa os olhos
Seu sono trespassa
Caiu para sempre
No fim da graça.
Pressiona os olhos
Vê um fundamento
Seu dia chegou
Não há mais lamento.
Percebe que assim
Que fechar sua alma
Seu dia termina
Na mais pura calma.
Sentiu o sossego
Daquele que dorme
Quem sabe assim
Sem sombra ou fogo
Sem rede ou chão
Caminha a procura
De uma solução.
Aqui...
Assim...
Chegou o fim....