Vazio

Há aqui dentro, deste peito pulsante,

Um vazio imensurável e aterrorizante.

Um vazio tão descabido de medidas que até mesmo a morte,

Sucumbiria.

Há aqui dentro, um poço sem fundo

Um fundo sem sim.

Uma imensidão tão absurda e desmedida,

Que até mesmo ela, anseia seu próprio fim.

E o que eu sinto hoje, são apenas migalhas de sentimentos.

E o que eu anseio hoje, são farpas, são facas;

É o entalho em carne viva feita pela corrosão do tempo

É o abismo entre o tudo e o nada!

Há aqui dentro, do lado de fora,

Lembranças remotas dos bons tempos

Em que outrora fui criança,

Em que outrora estive no sei desta gente da gente.

Lembranças de quando fazia parte da parte mais íntima do meu próprio ser.

Lembranças de quando sorria ao ver o sol nascer.

Há aqui dentro um sentimento indecifrável como se o fosse um quebra-cabeças montado;

Como se o fosse ele mesmo um fardo insuportável...