CAMINHOS DO CORAÇÃO

No espelho já não me vejo,

procuro uma pista, como um coelho,

o rosto de outro está,

outra face, outro olhar,

nunca mais o meu,

sou outro,

não mais eu...

Rugas e cicatrizes reparadas,

a pele exposta a novas emoções,

fui tantos para hoje ser o nada

do tudo de outras sensações...

Vaidade, abuso e falsa felicidade,

abusar dos cremes e paliativos,

como se o tempo fosse idade,

velho romance, Crime e Castigo...

Sou a sombra e o corpo anda

à sombra do corpo outro:

caminhos que a alma manda

seguir pouco a pouco...

Não é um perder-se em vão,

dar e receber nada em troca;

quando se responde ao coração

à pergunta está dada a resposta...