FLOR DE VALOR
Na rua escura
Viu uma flor
Colheu com cautela
Para seu valor.
Estava tão bela
A sua flor.
Chegou ao portão
Com a flor a balançar
Parecia que o vento
A queria castigar.
Sorriu em tempo
Sua flor ao relento.
Pintou um quadro
E a flor a sonhar
Guardou o pincel
No último andar.
Recobrou sua coragem
Sua flor na miragem.
Estava sem tempo
A flor voou
Gritou bem fraco
O vento não escutou.
Quebrou o instante
Sentiu-se insignificante.
Sorriu sem sucesso
Para um novo começo
Queria sair
Estava sem preço
Sentou ao vento
Olhar ao relento.
À brisa passante
Propôs um contrato
Esperasse um pouco
Era só um ato
A brisa partiu
Seu mundo ruiu.
Cadê sua flor?
Alguém a viu?
Devolva por favor
Está quase senil.
Toda flor é assim
Importante, enfim.
Caso a tenha
Aqui tem o endereço
É a rua da paz
Que não tem preço.
Entregue por favor
Essa flor de valor.