Hoje trago pra você a rosa
que habita em mim
e que carrego no peito,
que dorme e acorda em meu leito.
Trago para você a rosa
que colhi menina
apenas pelo vermelho
que me fascina.
Trago a rosa que recebi
na primeira menstruação,
era uma boba
com uma rosa na mão.
Trago pra você a rosa
que enfeitou a mesa
nos meus 15 anos,
entre encantos e sonhos juvenis.
Trago a rosa que decorou
o altar no meu casamento,
com todos os encantos
do momento.
Trago as rosas dos dois ramalhetes
que recebi quando amamentei meus filhos,
d'um amor indefinido e sem limites
de único brilho.
Trago também a rosa triste,
que não joguei no túmulo do meu pai
achando que assim o traria de volta.
Mas nunca mais vi seu sorriso.
Trago a rosa da indignação
pelo sofrimento da humanidade,
pelas crueldades e pela dor
da nossa incapacidade.
Mas trago enfim, a rosa
que daria a cada fiel amigo,
esses grandes abrigos,
na caminhada pela vida.