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Olhe pela janela:

sou eu quem te acena

sou eu com meu ego

com meus pregos

com os olhos vesgos

não sei por quem me tomas

não sou a rudeza do aço

nem o espasmo do choque

tenho dívidas

tenho bens

tenho moedas

e o cofre da alma vazio

olhe para mim

por mim

não tenha medo e nem compaixão

sou o que o universo

doou

a poesia em meu bolso

será como pagamento

quando eu for escolhido

para ler

perante o vazio...